“Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Salmo 105:15). Este versículo ecoa o cuidado de Deus com aqueles escolhidos para servi-lo, especialmente os sacerdotes e consagrados que dedicam suas vidas à realização da vontade divina. Ao refletirmos sobre essa proteção especial, encontramos um paralelo com o episódio em que Jesus, ao visitar Nazaré, não foi bem recebido por seus conterrâneos (Lucas 4:16-30). Este contraste entre o reconhecimento divino e a rejeição humana traz luz à missão desafiadora dos ungidos de Deus.
Meditação A predileção divina pelos seus ungidos é evidente na Sagrada Escritura. Desde os patriarcas até os profetas e sacerdotes, Deus escolheu homens e mulheres para serem instrumentos de Sua vontade. O Salmo 105:15 reafirma o cuidado de Deus com aqueles que foram separados para servi-lo. Mas essa proteção não os isenta de desafios, como vemos na experiência de Jesus em Nazaré. Ele, o Ungido por excelência, enfrentou incompreensão e rejeição.
Jesus disse: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lucas 4:24), destacando a dificuldade que os ungidos enfrentam ao levar a mensagem de Deus, especialmente entre aqueles que acreditam já conhecê-los. Esse episódio nos recorda que a missão do ungido é muitas vezes marcada por cruzes, mas também por uma graça especial que os sustenta.
Santos como João Maria Vianney, o Cura d’Ars, e Santa Teresa d’Ávila meditaram profundamente sobre o papel do sacerdote e do consagrado. O Cura d’Ars disse: “O sacerdote não é sacerdote para si mesmo; ele é sacerdote para vós.” Essa entrega total à vontade de Deus reflete a predileção divina e a necessidade de que os fiéis respeitem e rezem pelos ungidos, reconhecendo sua missão singular.
Oração Peçamos ao Senhor a graça de honrar e respeitar os ungidos que Ele coloca em nosso meio. Que possamos enxergar, além das limitações humanas, a grandeza da missão que lhes foi confiada. Rezemos para que tenham forças diante das adversidades e permaneçam firmes na vocação que receberam.
Contemplação Ao contemplarmos a passagem de Jesus em Nazaré e o Salmo 105, somos chamados a refletir sobre a providência divina na vida dos ungidos. Deus os guarda e protege, mas também permite que enfrentem desafios para que Sua glória se manifeste. Essa contemplação nos leva a um profundo agradecimento pelo dom dos sacerdotes e consagrados, pilares da nossa fé.
Conclusão A passagem “Não toqueis nos meus ungidos” nos lembra que Deus tem um amor especial por aqueles que escolhe para servi-lo. Como vimos no episódio de Nazaré, a missão dos ungidos pode ser incompreendida, mas nunca está desamparada. Santos como João Maria Vianney e Santa Teresa d’Ávila nos ensinam a valorizar, respeitar e apoiar esses servos de Deus. Que esta reflexão nos inspire a rezar pelos ungidos e a viver em comunhão com eles, reconhecendo a graça de sua presença em nossas vidas.
Veja também:
Sacerdócio: Dom e Mistério – Papa São João Paulo II – https://institutumsapientiae.org/wp-content/uploads/2024/08/sc-2007-fi.pdf
https://padrepauloricardo.org/episodios/padre-seja-sacerdote-e-vitima